A pergunta usada como fio condutor do V Congresso Municipal do Envelhecimento Ativo apontou para a relação dos bairros com seus idosos.  “São Paulo, seus bairros são amigos dos idosos?” foi a questão levantada durante o evento, que ocorreu no último dia 11/9, sábado.

Na palestra de abertura, o médico Alexandre Kalache, referência no estudo do envelhecimento, fez uma reflexão sobre a capacidade que as cidades têm em serem amigas dos idosos. Ele apontou que pensar o envelhecimento é levar em consideração o autocuidado, segundo ele a dimensão mais importante do cuidar. “O desafio de pensar a longevidade deve passar pela cultura do cuidado”, disse. 

Ele destacou que é necessário, inclusive, pensá-lo por uma perspectiva de gênero, porque na atual estrutura social essa tarefa recai majoritariamente sobre as mulheres. 

Se as cidades estão preparadas para serem amigas dos idosos, ele pontua que não. “Nem nos Jardins, nos Higienópolis, nem nos bairros de periferia”, disse. E o desafio de transformar essa realidade passa por uma otimização de pilares como saúde, conhecimento, participação social e proteção e segurança, neste último trata-se de garantir aos idosos uma segurança em relação ao próprio futuro. “O horror do envelhecimento é não saber se terá um teto sobre sua cabeça”, pontuou.

O acesso a tais pilares é o que permitirá, por exemplo, que os idosos sejam mais capazes de participação e, com isso, ter uma relação mais saudável com as cidades. 

Segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2030, o número de idosos ultrapassará o de crianças no Brasil. Pensando nisso, Kalache destacou que é necessário pensar o envelhecimento ativo desde cedo, como uma espécie de educação. “O envelhecimento ativo é um processo, é ao longo da  vida. Ninguém fica velho da noite para o dia”.

Idealizado pelo vereador Gilberto Natalini, a mesa de abertura contou com a participação de Samir Salman, superintendente do hospital Premier, Marly Feitosa, presidente do Grande Conselho Municipal do Idoso, a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania Cláudia Carletto, Alessander Farid, responsável pelo Departamento de Gestão de Políticas e Programas de Esporte e Lazer, e os vereadores Mario Covas Netto (Podemos) e Daniel Annenberg (PDSB). 

 

Devido a pandemia de coronavírus, o congresso ocorreu inteiramente online e pode ser conferido aqui:



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