O diagnóstico para um dos primeiros pacientes com HIV/AIDS no Brasil aconteceu há 40 anos. Foram 50 milhões de mortes por AIDS no mundo até hoje (para efeito comparativo, até hoje 7 milhões morreram por COVID). Dos anos 80 para cá houve bastante mudança para melhor. Das 39 milhões de pessoas vivendo com HIV no final de 2021, 28,7 milhões de soropositivos tinham acesso ao tratamento antirretroviral.

Mas o alerta de epidemia permanece e a importância da prevenção, informação e tratamento é vital. O Dia Mundial de Luta contra o HIV/AIDS, celebrado no primeiro de dezembro, trouxe à luz mais estatísticas que preocupam bastante: Das infecções recentes no Brasil, 42% ocorreram em jovens entre 15 e 29 anos, mas as ações de prevenção continuam totalmente inadequadas às tecnologias digitais e aos valores, comportamentos e sexualidade das novas gerações. Menos de 25% dos adolescentes têm acesso ao teste de HIV, ao mesmo tempo em que o acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva para adolescentes é escasso, informa a Unicef.

O diagnóstico precoce, o acesso rápido ao tratamento e o adequado acompanhamento dos pacientes são as formas mais eficazes na busca pela supressão viral, que impede a transmissão sexual do HIV ao mesmo tempo em que proporciona melhor qualidade de vida aos soropositivos. Mas no Brasil, entre 1 milhão de pessoas com diagnóstico, 190 mil pessoas ainda não iniciaram tratamento. A terapia precoce garante uma melhor resposta imunológica e uma redução de mortalidade, bem como um bloqueio na cascata de transmissão do vírus. O Ministério da Saúde reconhece que se a carga viral de uma pessoa em tratamento se mantém indetectável, o vírus não é transmitido nas relações sexuais. A recomendação então é iniciar o uso de antirretrovirais no mesmo dia ou, no máximo, uma semana depois do teste positivo.

O risco de morte em pacientes com HIV diagnosticados tardiamente chega a ser 6,17 vezes maior que a de pessoas que descobriram o vírus em estágios iniciais.

 No Brasil, entre as pessoas vivendo com HIV, há 650 mil do sexo masculino e 350 mil do sexo feminino. E 720 mil estão em tratamento constante, mantendo o vírus indetectável. Enquanto 92% dos homens estão diagnosticados, apenas 86% das mulheres possuem diagnóstico.

Em 2022 foram contabilizados 51 mil novos casos e 13 mil mortes pela doença.

FUTURO

A Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids) propõe uma meta ousada: a eliminação da epidemia da enfermidade como problema de saúde pública até 2030, desde que seja alcançado índice de 95% de diagnóstico de pessoas que vivem com HIV/Aids, tratamento de 95% dos soropositivos com antirretrovirais e obtenção de uma taxa de 95% de supressão viral daqueles que estão em tratamento.

HIV EM NÚMEROS

  • Cerca de 30 adolescentes e jovens são infectados com HIV diariamente na América Latina e Caribe. 11 mil por ano— de infecções entre adolescentes e jovens, com idades entre 10 e 19 anos, segundo o relatório do Unicef divulgado no Panamá.
  • 34 mil mulheres grávidas na América Latina precisam de tratamento para prevenção da transmissão materno-infantil do vírus.
  • No ano passado, o planeta registrou uma morte por Aids a cada minuto.

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