O dia do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional neste 13 de outubro é uma data oportuna para reafirmar a participação efetiva desses profissionais em todos os níveis de atenção à saúde: dos programas de saúde da família aos hospitais de alta complexidade. O fisioterapeuta auxilia na recuperação física do corpo humano e atua em abordagens multidisciplinares, nas diversas especialidades da medicina e contribuindo para o sucesso de tratamentos e procedimentos de saúde.

Nas palavras da dra. Sandra Ferreira da Silva, coordenadora do setor de fisioterapia no Hospital Premier, a fisioterapia é essencial na promoção de saúde e na melhoria da qualidade de vida das pessoas, sendo fundamental em várias áreas da medicina e vital para a sociedade como um todo.

TRAJETÓRIA, DESAFIOS E O FUTURO DA FISIOTERAPIA.

Conversamos com ela sobre a escolha dessa carreira e que desafios enxerga na profissão. Segundo, Sandra, a fisioterapia a impulsiona, motiva, emociona e a faz ser uma pessoa melhor.

Essa entrevista é uma homenagem aos fisioterapeutas que tanto respeitamos.

Como foi sua escolha por essa profissão? Que trajetória percorreu desde então?

Eu sempre desejei ser uma profissional da saúde, mas não queria ser médica, nem enfermeira e nem dentista. Me simpatizei com a psicologia, pois a maioria das pessoas me confiavam os seus segredos por me achar confiável e boa ouvinte.

Em 1997 fui apresentada à fisioterapia por uma amiga que havia iniciado o curso. Como trabalhávamos juntas, nos horários de pausa eu lia as matérias de aula dela e fiquei encantada por desvendar o funcionamento do corpo humano e com a possibilidade de ajudar as pessoas a recuperarem-se após serem acometidas por doenças ou por um determinado tipo de lesão. No ano seguinte eu já estava na faculdade, convicta da minha escolha. Me formei em 2001, comecei a trabalhar na área em 2002 e não parei mais. Desde então, estou sempre me atualizando num processo de aprendizado e evolução constante. 

Me especializei em ortopedia e desportiva, porém ao longa da minha trajetória conheci um pouco da fisioterapia nos seus diversos campos de atuação, desde a pediatria até a geriatria. Minha maior experiência é em reabilitação do paciente adulto, sendo os últimos nove anos dedicados aos Cuidados Paliativos no Hospital Premier, lugar que tenho um imenso carinho e satisfação em fazer parte da equipe. 

Como o trabalho no Premier começou? Poderia explicar um pouco a rotina para quem não é familiarizado?

Em 2014, cheguei ao Premier como plantonista de final de semana por insistência de uma amiga fisioterapeuta, que sempre ao me encontrar fazia o convite de trabalho. Um certo dia resolvi conhecer e tinha a intenção de ficar apenas um mês para pegar uma breve experiência, pois não gostava da área respiratória, não sabia o que era cuidado paliativo e nem lidar com os pacientes em fase de final de vida. E o tempo foi passando e não consegui ir embora, me apaixonei pelo trabalho humanizado, cuidadoso e artesanal que era desenvolvido e que continua sendo realizado. Conheci pessoas chaves, que me auxiliaram no aperfeiçoamento da assistência necessária para aliviar o sofrimento dos pacientes e de seus familiares com doenças ameaçadoras da vida, que ali estiveram sob os meus cuidados. Hoje sou coordenadora do setor e tenho a responsabilidade de repassar aos fisioterapeutas os ensinamentos refinados de atender o indivíduo como um todo, de forma multidimensional respeitando os seus aspetos físicos, psíquicos, espirituais e sociais. 

No nosso dia-a-dia a fisioterapia desempenha um importante papel para o bem estar e qualidade de vida dos pacientes, os planos terapêuticos são adaptados as necessidades individuais com o objetivo de manter a pessoa mais ativa possível, prevenindo complicações dos sistemas, respiratório e musculoesquelético,  bem como promovendo medidas de conforto para os que estão em extrema fragilidade por doença extensa. Sempre com base em dados de avaliações e discussões clínicas com a equipe multidisciplinar.  

Atualmente o hospital passa por uma restruturação dos espaços físicos e a nossa grande expectativa é a entrega do Centro de Reabilitação que será uma das mais importantes referências do estado de São Paulo. 

Como enxerga o futuro da fisioterapia?

O futuro da fisioterapia está sendo moldado por avanços tecnológicos, pesquisa contínua e uma abordagem mais holística de tratamento, o desafio do surgimento de novas áreas ou ainda pouco conhecida, como por exemplo, o próprio Cuidado Paliativo e a Fisioterapia Forense. Isso pode variar a depender da região e das tendências globais e o envelhecimento populacional crescente. Mas acredito que [evoluirá] sem perder a essência da proximidade com o paciente, a importância do toque nas terapias manuais e o desenvolvimento do raciocínio clínico mediante os recursos disponíveis. 

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