É com grande pesar que informamos o falecimento do maestro Martinho Lutero Galati, aos 66 anos, em decorrência de parada cardíaca, na noite desta quarta-feira (25/3/2020).

O maestro era um grande amigo do Hospital Premier. Em diversas ocasiões nos brindou com apresentações do Coral Luther King, do qual foi criador e diretor. A última delas aconteceu durante o Terceiro Encontro Brasileiro de Serviços de Cuidados Paliativos, em 2017.

Natural de Minas Gerais, Lutero teve trajetória artística destacada por onde passou. Em 1975, participou de um momento histórico do País, regendo o Coro Luther King na missa de falecimento do jornalista Vladimir Herzog na Catedral da Sé, em São Paulo. Como pesquisador da Unesco, lecionou regência e composição na Escola Nacional de Música de Moçambique, da qual foi fundador e primeiro diretor.

Na Itália, foi professor do Istituto di Musicologia di Milano e da Libera Università di Lingue e Comunicazione. Foi ainda diretor do Fórum Coral Mundial e do Forum Corale Europeo.

Em 1987 fundou a Associazione Culturale Cantosospeso, em Milão, com a qual realizou mais de 500 concertos em toda a Europa, dentre eles as primeiras audições italianas de obras como a Misa Criolla, de Ariel Ramírez, e a Missa dos Quilombos, de Milton Nascimento. Também conduziu a primeira audição europeia da Missa Luba, entre outras peças inéditas no continente.

Como maestro de grupos vocais e instrumentais, desenvolveu trabalhos com alguns dos principais nomes do cenário artístico mundial – no campo erudito, Lella Cuberli, Luciana Serra e Celine Imbert; no campo popular, Gilberto Gil, Naná Vasconcelos, Ivan Vilela, Angélique Kidjo e Miriam Makeba, entre tantos outros.

Por sua atuação cultural, recebeu os títulos de Cidadão Paulistano e Cidadão Milanês, além de ter sido agraciado com títulos honorários de Moçambique e do Estado do Vaticano.
Martinho Lutero deixa dois filhos e a esposa, a musicista Sira Milani.

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