Profissional muito importante dentro de uma equipe multiprofissional, o psicólogo é responsável por acompanhar e acolher pacientes e contribui com diversas atividades que trabalham aspectos psíquicos e emocionais. 

Nos Cuidados Paliativos, atua não apenas com o paciente, como também com seus familiares, que devem ser entendidos como parte da unidade de cuidados.

Para a psicóloga Camila Marques, do Hospital Premier, a pandemia do novo coronavírus evidenciou a importância desses profissionais não só dentro dos Cuidados Paliativos como também de uma maneira mais ampla. “Não dá para pensar em saúde sem pensar nesse tipo de cuidado. A questão emocional sempre está implicada”, aponta. 

Marques considera que o cenário atual deixou forte a discussão a respeito da necessidade de cuidar da saúde mental, de pensar políticas públicas que visem esse cuidado de prevenção, de promoção e acesso a psicólogo. “Não é luxo, é uma necessidade”, diz. “Ainda temos muito o que desmistificar, porque o psicólogo não é só para quem tem algum transtorno mental, é para ajudar a lidar com as questões existenciais, trabalhar as dificuldades de relação e perdas, situações que todo mundo vivencia”

Segundo Marques, o ideal é que a figura do psicólogo esteja presente durante todo o processo de internação do paciente, para garantir que o atendimento seja o mais qualificado possível.

A definição de Cuidados Paliativos (OMS, 2002) já prevê a atuação de um profissional da psicologia, pois tal prática se distingue por ser realizada por uma equipe multiprofissional que vise proporcionar qualidade de vida e alívio do sofrimento a pessoas com doenças ameaçadoras da vida e/ou que possuem uma doença limitantes, “por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”. 

O psicólogo em Cuidados Paliativos não atua apenas em questões que envolvem terminalidade ou fim de vida, mas também auxiliando na validação de histórias de vida dos pacientes, seus valores, redes de apoio, planejamento de cuidado e tomadas de decisão, por exemplo, explica Marques.

Gláucia Porto e Maria Alice Lustosa, autoras do artigo Psicologia Hospitalar e Cuidados Paliativos, apontam que em se tratando de cuidados de fim de vida, “o papel do psicólogo hospitalar em cuidados paliativos é dar um novo direcionamento aos critérios concernentes à qualidade, ao valor e ao significado da vida. É dar condições ao doente de lidar com essa situação e redescobrir o sentido da vida no momento vivenciado por ele”.

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